Contador: preciso contratar um para minha empresa?

Por Maria Teresa Lazarini

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O que não falta para o empreendedor são tarefas: além de cuidar da gestão dos funcionários, estratégias de marketing, relacionamento com os clientes e negociação com fornecedores, ele ainda deve lidar com todas as burocracias financeiras do negócio. A parte boa é que, especialmente quando falamos de assuntos tributários, trabalhistas e contratuais, o pequeno empresário pode contar com um verdadeiro ombro amigo: o contador.

Mas será que é obrigatório para a pequena e média empresa contratar este tipo de profissional? Para esclarecer essa e outras úvidas, a Azulis conversou com Reynaldo Lima Jr., presidente do SESCON-SP – o sindicato das empresas de serviços contábeis.

O que um contador faz para uma PME?

Basicamente, a função do contador é deixar a empresa financeiramente saudável e regularizada perante a lei, facilitando a vida do pequeno empreendedor. O papel do profissional vai desde a abertura da empresa até o fechamento, se isso ocorrer. Em outras palavras, ele acompanha as receitas e despesas mensais, os contratos com funcionários, as alterações societárias e de patrimônio, as obrigações tributárias, entre tantas outras burocracias que fazem parte da vida de qualquer dono de negócio.

As principais funções do profissional são:

  • Abertura e fechamento da empresa;
  • Elaboração do contrato social;
  • Envio de relatórios contábeis, como balanço patrimonial;
  • Envio do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);
  • Cálculo dos tributos;
  • Folha de pagamento.

Além de ajudar nas questões práticas, o contador também pode atuar como um conselheiro do empreendedor, já que tem expertise na área financeira. Se perceber que o empresário está gastando mais do que fatura, por exemplo, o profissional pode orientá-lo sobre as despesas a serem cortadas.

“A assessoria de um contador é sempre vital para as empresas, independentemente do momento: na abertura, em uma fase de mudança, na crise, no crescimento e até mesmo no seu encerramento”, comenta Reynaldo Lima Jr., presidente do SESCON-SP.  

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MEI precisa ter contador?

O artigo 1.179 do Código Civil diz que todas as empresas são obrigadas a seguir um sistema de contabilidade, seja ele com um profissional contador ou uma gestão automática. O Microempreendedor Individual, contudo, não se enquadra neste caso de obrigatoriedade, já que se trata de um regime especial de empresa em que o empresário não pode ter sócios, pode contratar apenas 1 funcionário e paga os impostos por meio do DAS – um boleto mensal de valor fixo. Portanto, os MEIs não são obrigados a contratar um contador

Ainda assim, vale lembrar que essa ajuda profissional pode ser valiosa. Isso porque os Microempreendedores Individuais que não têm uma escrituração contábil, espécie de histórico contábil da empresa, são tributados sempre que o lucro anual passa de 8%, para quem vende produtos, e 32% – para quem presta serviços. Quem tem a escrituração fica isento. Além disso, a orientação do contador pode ser interessante para o crescimento do negócio.

“O MEI não é obrigado a ter uma contabilidade estruturada, entretanto, novamente cabe aqui destacar o importante papel do contador como orientador, consultor e de figura ativa para as tomadas de decisões estratégicas da empresa”, diz Lima Jr., presidente do SESCON-SP.

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Contabilidade online pode substituir o contador?

Conforme o artigo 1.179 do Código Civil, o serviço de contabilidade online é uma opção válida para o controle financeiro das empresas. Hoje em dia, existem diversos negócios especializados neste tipo de serviço, como a MarketUp, Agilize e Contabilizei. Lais Fonseca, que é contabilista da Azulis, acredita que a opção seja interessante especialmente para os MEIs, pois trata-se de um serviço mais em conta. Assim como faria um contador, o sistema online oferece o “feijão com arroz” da contabilidade, incluindo o processo de abertura, manutenção e fechamento de empresas, balanço patrimonial, índices de rentabilidade, folhas de pagamento e certificado digital. 

A diferença é que, ao optar pelo serviço online, o empresário consegue acompanhar suas informações contábeis pelos canais digitais, sem precisar se reunir com um profissional – mas perde a chance de ter um acompanhamento personalizado.

“É importante destacar que a tecnologia é uma grande aliada para o empreendedorismo, para a Contabilidade e para todas as profissões e atividades”, diz Lima Jr., do SESCON-SP. “Entretanto, ela nunca substituirá a complexidade da inteligência humana, envolvendo qualidades como empatia, bom senso, sentimento, intuição, perspicácia e sagacidade, que fazem toda a diferença inclusive na atividade contábil”.

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Como escolher um bom contador?

A primeira dica é buscar um contador que tenha experiência no seu segmento de negócio, pois o profissional que já conhece sua área terá mais facilidade para lidar com questões específicas, como leis e impostos. “Uma dica boa é procurar uma empresa que possui uma carteira de clientes do seu segmento, pois isso constata a experiência e a possibilidade de que você seja bem atendido”, explica Lima Jr.

Antes de contratar qualquer serviço, também é essencial analisar bem quem é o prestador, verificando sua reputação, valores, qualificação e qualidade do serviço. Com um contador não é diferente. Veja alguns cuidados a serem tomados:

  1. Informe-se bem: cheque se a empresa de contabilidade, ou o contador autônomo, está regularizada, é capacitada e se possui registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
  2. Procure indicações: pergunte aos clientes atuais se eles estão satisfeitos com o serviço do profissional que você deseja contratar.
  3. Visite a empresa: para saber mais sobre como a empresa de contabilidade funciona, visite suas instalações e verifique o ambiente.
  4. Faça as perguntas necessárias: para ter certeza de que terá suas demandas atendidas, não deixe de tirar todas as dúvidas.
  5. Estabeleça um contrato claro: quando você optar por um profissional ou por uma empresa específica, certifique-se de ter um bom contrato de prestação de serviços para deixar claro os direitos e deveres de cada um.

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