Vale a pena contratar um motoboy fixo para sua empresa?

Por Maria Teresa Lazarini

Para decidir se vale mais a pena contratar um motoboy fixo ou terceirizado, é preciso entender suas demandas e colocar os custos no papel

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Seja para entregar uma encomenda para o cliente ou para retirar um documento, o motoboy é um profissional que salva o dia de muitas empresas. Em tempo rápido, os entregadores de moto conseguem resolver diversas tarefas – otimizando o dia a dia do empresário e garantindo que o cliente receba o que pediu.

Para quem é dono de um negócio e já percebeu que não pode ficar sem um motoboy, fica a dúvida: compensa contratar um profissional fixo ou é melhor pagar por serviços avulsos terceirizados? No caso dos motoboys fixos, vale mais a pena um contrato com registro em carteira (regime CLT) ou Pessoa Jurídica (PJ)? Para tomar essa decisão, primeiro é importante considerar alguns tópicos.

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Antes de mais nada, entenda suas necessidades

Antes de decidir se o motoboy deve ser fixo ou terceirizado, é muito importante analisar qual é o fluxo de demandas do negócio e que papel o profissional vai desempenhar para a imagem da sua empresa. Além de, claro, colocar todos os gastos no papel.

Alguns tipos de negócio necessitam de uma pessoa sempre disponível para retirar protocolos dos clientes ou entregar encomendas específicas. Quando é assim, o recomendado é ter um motoboy fixo na empresa. Dessa forma, você atende melhor seu cliente, não perde tempo buscando serviços terceirizados de entrega e fica com a certeza de que sua encomenda estará em boas mãos.

Esse é o caso de Mássimo Rosella, que é protético dentário na cidade de São Paulo e já trabalha com um entregador fixo há mais de 10 anos. Para produzir os aparelhos dentários, Rosella precisa das informações dos pacientes, que são retiradas pelo motoboy nos consultórios de dentistas. Além disso, é o funcionário quem entrega os produtos quando eles já estão prontos.

“No meu caso, que sou um prestador de serviço profissional e trabalho com outras empresas, o melhor é ter um motoboy fixo. O funcionário trabalha como um elo entre o laboratório e o cliente. Ele acaba sendo o cartão de visitas da empresa”, comenta Rosella.

O funcionário do protético é um Microempreendedor Individual (MEI) contratado como Pessoa Jurídica. Em outras palavras, ele é um prestador de serviço que recebe um valor fixo por mês para ficar à disposição, mas não tem alguns direitos previstos na CLT, como 13º salário e contribuição com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Quem preferiu esse modelo de trabalho foi o próprio motoboy, que quis evitar os descontos obrigatórios feitos na folha de pagamento dos trabalhadores registrados (entenda melhor no tópico Quanto custa um motoboy CLT para a empresa?). O contrato PJ também foi vantajoso para Rosella.

“Eu nunca registrei ele, é um acordo amigável que nós fizemos. Uma mão lava outra. Para mim, não vale a pena contratá-lo para trabalhar 6h por dia, pois não preciso dele por todo esse tempo. Quando tem serviço, ele faz a entrega, quando não tem, ele fica livre. Mesmo não sendo registado, ele leva vantagem”, afirma Rosella.

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Contrato PJ é melhor para todo mundo?

Assim como o motoboy que trabalha para Mássimo Rosella, muitos profissionais de entrega estão preferindo atuar como Microempreendedores Individuais (MEIs), o que também acaba sendo mais vantajoso para o próprio empresário. Afinal, assinar a carteira de um funcionário pode pesar muito nas contas da sua empresa.

Marcos Couto, que é gestor financeiro do escritório de advocacia Gandra Martins, comenta que a empresa conta com um motoboy fixo disponível para todas as demandas do escritório. No entanto, o motoboy, que antigamente trabalhava como CLT, preferiu mudar o contrato para Pessoa Jurídica. Ele também é um MEI. Além de conseguir trabalhar para outras pessoas no tempo livre, nada é descontado do pagamento do rapaz: a única obrigação que ele tem é a de pagar o imposto DAS-MEI.

No escritório de advocacia em que Couto trabalha, o motoboy ganha R$4.200 por mês. Se ele fosse contratado como CLT, custaria quase o dobro para a empresa.

“Se o motoboy ganha R$4 mil por mês como CLT, ele custa quase R$8 mil por mês para o escritório, por causa dos direitos. Sendo MEI, ele custa R$4 mil e recebe R$4 mil. Compensa muito mais para os dois lados”, diz Couto, do escritório Gandra Martins.

Roberta Santos, analista administrativa do escritório Júlio de David Arquiteto, também vê benefícios em contratar um motoboy como pessoa jurídica. Para entregar e retirar documentos, pegar assinaturas e levar contratos para fornecedores e clientes, a empresa em que trabalha preferiu fechar um acordo de R$1 mil por mês com um motoboy que fica à disposição do escritório, mas também trabalha para outros lugares.

“Temos um motoboy que sempre nos presta serviço. Já confiamos nele. Porém, quando precisamos de algo urgente e ele não está disponível, nós contratamos outro ou mandamos algum funcionário da empresa no lugar”, comenta Roberta, da Júlio de David Arquitetos.

Vale lembrar que a decisão de trabalhar com um motoboy fixo ou terceirizado leva em conta o tamanho e as necessidades da empresa. Se você só precisa do profissional em ocasiões esporádicas, não compensa pagar um valor fixo por mês para mantê-lo à disposição. Nesses casos, a opção terceirizada pode ser a mais vantajosa.

Quanto custa um motoboy CLT para a empresa?

Não é surpresa que tantas empresas tenham deixado a carteira assinada para motoboys no passado. A consultoria financeira Impressiona.CO desenvolveu uma comparação de custos que mostra quanto o empresário paga em um contrato CLT e quanto o funcionário recebe. A base considerada foi um salário líquido de R$1.032, semelhante ao pago pelo escritório de arquitetura ao motoboy. Veja a seguir a diferença de custos:

Quanto o empresário paga por mês:

Descrição

Valor

Salário Mensal

R$1.200,00

1/12 férias

R$100,00

1/3 férias

R$33,33

1/12 13º salário

R$100,00

FGTS mensal

R$96,00

FGTS férias/13º salário

R$18,67

Multa 50% FGTS

R$57,33

INSS s/ salário

R$345,60

INSS S/ férias e 13º salário

R$67,20

Vale-transporte

R$95,90

Total

R$2.114,03

Quanto o funcionário CLT recebe por mês:

Descrição

Valor

Salário Mensal

R$1.200,00

Desconto INSS

– R$96,00

Desconto vale-transporte

– R$72,00

Total

R$1.032,00

 

PJ ou CLT: vantagens e desvantagens para os motoboys

Listamos também as vantagens e desvantagens do contrato PJ e CLT para motoboys. Afinal, o dono de negócio tem muito a ganhar quando o funcionário trabalha satisfeito. No caso dos MEIs, vale lembrar que esses benefícios são válidos apenas para os que pagam o DAS. O imposto mensal gira em torno de R$50 por mês, o que, em geral, é menos que os descontos das tributações de funcionário com registro em carteira.

SAIBA+AZULIS: DAS MEI: conheça a guia de impostos do Microempreendedor Individual

MEI

  • Prós:

  • Sem descontos na folha de pagamento
  • Benefícios previdenciários
  • Auxílio doença ou invalidez
  • Salário maternidade
  • Jornada de trabalho flexível
  • Contras:

  • Férias não remuneradas
  • Sem seguro-desemprego
  • Sem 13º salário
  • Sem FGTS

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CLT

  • Prós:

  • Férias remuneradas
  • 13º salário
  • Benefícios previdenciários
  • Seguro-desemprego
  • Contras:

  • Descontos na folha de pagamento

Confiança também conta, e muito!

Ao manter o mesmo entregador para todos os pedidos e demandas, é possível saber melhor como ele trabalha, como lida com os clientes, qual é seu cuidado com as encomendas e como é o andamento das entregas. Para muitos negócios, o motoboy acaba sendo um dos únicos contatos da empresa com o consumidor, como é o caso de Mássimo Rosella, que muitas vezes nem chega a conhecer os consultórios e pacientes para os quais presta serviços. Nesses casos, o ideal é não olhar apenas para os custos, mas também buscar alguém que ofereça uma boa experiência aos consumidores e saiba representar bem a sua empresa.

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