Como é feito o cálculo do IRPF?
Anualmente, entre os meses de março e abril, os brasileiros precisam preencher o temido Imposto de Renda. Isto é, a entrega pelos isentos, que ganharam menos do que o valor mínimo determinado pela Receita Federal, não precisam declarar o imposto. Mas, se você faz parte o universo de mais de 30 milhões de contribuintes, sabe como é feito o cálculo do IRPF?
O que é o cálculo IRPF?
Antes de entender como é feito o calculoirpf, é importante ter conhecimento sobre o que é, em quais categorias esse imposto é dividido, o que incluir na declaração e como funciona sua tabela.
Entenda o Imposto de Renda
O IR é uma taxa coletada anualmente pelo Governo Federal sobre os ganhos de empresas e pessoas. O valor a ser pago depende do rendimento declarado, por isso há pessoas que são isentas.
Entre os rendimentos que são tributados, ou seja, necessitam estar declarados, estão os investimentos, o aluguel, o salário, os prêmios da loteria, a pensão, a aposentadoria etc.
Como o imposto é aplicado tanto para empresas como para pessoas, ele se subdivide em duas categorias: IRPF (Pessoa Física) e IRPJ (Pessoa Jurídica).
Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
O IRPF incide sobre a renda da pessoa física, incluindo a renda de contribuintes que residem tanto no País como no exterior e que recebem de fontes no Brasil. Os ganhos a serem declarados são sempre referentes ao ano anterior à declaração.
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Como funciona?
Ao pesquisar sobre como o calculoirpf é feito, é possível encontrar algumas informações confusas. Isso porque muita gente faz confusão do cálculo do IR com o cálculo da contribuição retida direto na fonte, que são coisas diferentes.
Entender o processo de cálculo correto é extremamente importante para realizar a declaração sem erros e entender os valores pagos mensalmente por você.
Para fundamentar as porcentagens de desconto e o valor a ser deduzido na hora de calcular a taxa, a Receita Federal utiliza uma tabela própria, que apresenta dois fatores importantes para deixar clara a quantia que é paga. São eles:
- Alíquota: porcentagem do desconto, que varia de acordo com a renda do contribuinte;
- Dedução do IR: valor utilizado na apresentação de rendimentos passíveis de dedução.
Por lei, os empregadores devem calcular o IR e reter parte dos salários com base na tabela abaixo. A tabela é progressiva, ou seja, quanto maior o salário do profissional, maiores serão a alíquota e o valor utilizado na dedução do imposto:
- Até R$ 1.903,98: isento de alíquota e da parcela a deduzir do IR;
- De R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65: alíquota de 7,5%, e a parcela a ser deduzida do IR é R$ 142,80;
- De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05: alíquota de 15%, e a parcela a ser deduzida do IR é R$ 354,80;
- De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68: alíquota de 22,5%, e a parcela a ser deduzida do IR é R$ 636,13;
- Acima de R$ 4.664,68: alíquota de 27,5%, e a parcela a ser deduzida do IR é R$ 869,36.
Pela tabela acima, estão isentos da contribuição na folha de pagamento aqueles que recebem até R$ 1.903,98 por mês, descontada a contribuição da previdência.
Devido às horas extras, que podem ser diferentes de um mês para o outro, a retenção também sofre variação, o que pode colocar o contribuinte em um nível maior de contribuição.
Já na declaração atual, a tabela utilizada para o cálculo é outra. Confira:
- Até R$ 22.847,76: isento de alíquota e da parcela a deduzir do IR;
- De R$ 22.847,77 a R$ 33.919,80: alíquota de 7,5%, e a parcela a ser deduzida do IR é R$ 1.713,58;
- De R$ 33.919,81 a R$ 45.012,60: alíquota de 15%, e a parcela a ser deduzida do IR é R$ 4.257,57;
- De R$ 45.012,61 a R$ 55.976,16: alíquota de 22,5%, e a parcela a ser deduzida do IR é R$ 7.633,51;
- Acima de R$ 55.976,16: alíquota de 27,5%, e a parcela a ser deduzida do IR é R$ 10.432,32.
O que devo incluir na declaração?
Existem dois tipos de declaração anual: a completa e a simplificada. Na completa, é possível abater alguns gastos para diminuir a base de cálculo, como despesas médicas, doações, educação, dependentes e saúde.
Já na declaração simples, o desconto é fixado em 20% da renda tributável, tendo como limite o valor de R$ 16.754,34.
Entenda como o cálculo IRPF é feito
Agora que você já conhece a tabela base do cálculo do IRPF, é preciso aprender como aplicar a porcentagem. Para calcular, separe os seguintes dados:
- Valor do salário bruto;
- Valor da dedução por despesas;
- Valor da dedução por dependentes;
- INSS multiplicado pela alíquota.
Depois, aplique a seguinte fórmula:
Contribuição retida na fonte = [(Salário bruto – dependentes – INSS) X alíquota] – dedução
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Qual é o Impacto dos descontos mensais do INSS?
Todos os profissionais sobre o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) contribuem obrigatoriamente com a Previdência Social. Como o valor da contribuição varia de acordo com o salário da pessoa, a maneira de calcular o imposto é influenciada por:
- Salário de até R$ 1.693,72 – 8% de alíquota do INSS;
- Salário de R$ 1.693,73 a R$ 2.822,90 – 9% de alíquota;
- Salário de superior a R$ 2.822,90 – 11% de alíquota.
Por exemplo, se você recebe por mês R$ 3 mil de salário, o valor de contribuição do INSS, pela tabela, é de 11%. Assim, a dedução da previdência é de R$ 330. Portanto a base de cálculo do Imposto será de R$ 2.670.
Seguindo a tabela, a alíquota para esse valor é de 7,5%, o que resulta em um pagamento mensal de R$ 200,25 ou de R$ 2.403 por ano.
A previdência privada impacta no cálculo do IRPF?
Se você possui investimentos em PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres), é possível abater até 12% da renda tributável.
Como ficam os dependentes?
Quem possui dependentes acaba, sim, pagando menos. A dedução é retida na fonte sobre o valor de R$ 189,59 por pessoa por mês, ou seja, R$ 2.275,08 ao ano por pessoa.
É considerado dependente:
- Cônjuge, companheiro(a) há mais de 5 anos ou com quem tenha filho;
- Filhos ou enteados de até 21 anos de idade;
- Pessoas incapacitadas para trabalhar;
- Filhos ou enteados de até 24 anos que estejam estudando.
Mas atenção: caso inclua algum dependente em sua declaração, essa pessoa não pode ser declarante do IRPF.
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